terça-feira, 22 de setembro de 2009

Afinal parece que ainda não estamos completamente preparados para a Democracia.












Pelo que sempre ouvi dizer parece que o Professor Salazar não era propriamente anti-democrata, o que ele achava é que o bom povo português não estava preparado para as responsabilidades e sobretudo para as más tentações para que, ao que constava, a Democracia arrastaria inexoravelmente o pessoal.


Assim a modos como aqueles pais caretas que não deixam sair os putos à noite com receio que vão para ali para o Bairro Alto, se ponham a virar shots de enfiada, e acabem a noite na Urgência do S. José com uma lavagem ao estômago, ou qualquer outra cena ainda mais para o dramático.

Pois o actual Professor na sua elevada preocupação de também só querer o melhor para o bom povo à sua augusta responsabilidade, parece achar agora que as coisas importantes e graves (Pacheco da Marmeleira dixit) que tem para dizer sobre o folhetim das escutas, em plena época de eleições, nos ia deixar a todos assim a modos que balhelhas, com consequências inevitavelmente imprevisíveis.

Imagine-se o prezado leitor que sempre votou PPD/PSD ir a correr pôr o voto no BE, ou este vosso prestimoso escriba a pôr a cruzinha no CDS/PP, tudo como consequência das tais coisas importantes e graves que o actual Professor tem para dizer mas diz que só vai dizer depois das eleições, provavelmente para evitar que isto, ou algo ainda mais escabroso, nos possa acontecer a todos nós comuns votantes.

Depois da sua amiga, correligionária, e ex-ajudante, nos sugerir que os problemas da Pátria se resolvem com seis meses de suspensão da Democracia, parece achar agora o actual Professor, himself, que mesmo ao fim de 35 anos de intenso treino, há ainda coisas da Democracia que, pelo menos enquanto durar esta campanha eleitoral, devem ficar fora do alcance desta cambada de matutos que lhe coube em sorte pastorear.

1 comentário:

A. Moura Pinto disse...

Bons dias atrás, o PR ameaçava que depois das eleições falaria sobre questões de segurança. E garantia que não era ingénuo.
Hoje, na sua solene comunicação, deu-nos conta de que foi hoje mesmo que consultou diversas entidades e que estas lhe garantiram que havia vulnerabilidades no seu sistema informático.
O anúncio da solene e nervosa comunicação foi feito com 24 horas de antecedência, isto é, antes das averiguações feitas ao sistema informática do Palácio de Belém. Será que adivinhou o resultado das averiguações?
O PR não é ingénuo. Eu é que sou. E não me tinha dado conta disso.