sábado, 20 de março de 2010

Food, Taste and Hunger
Chicken à la Carte

"This film is about the hunger and poverty brought about by Globalization. There are 25,000 people dying everyday due to hunger and malnutrition. This short film shows a forgotten portion of the society. The people who live on the refuse of men to survive. What is inspiring is the hope and spirituality that never left this people."

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mitos urbanos
Liberdade de imprensa, e independência dos jornalistas, nas capital-democracias ocidentais.










Depois da lenda dos crocodilos gigantes que vivem e se reproduzem nos esgotos de New York City, o meu mito urbano preferido, muito popular nas capital-democracias ocidentais, é o da liberdade da comunicação social e independência dos seus jornalistas,

Claro, que ninguém no seu perfeito juízo leva aquelas piedosas intenções muito à letra, mas na lavagem cerebral a que os meios de comunicação de massas nos submetem ad nauseam “as palavras são mais importantes do que qualquer droga, com a vantagem de se poderem administrar massiva e inadvertidamente. Entram-nos pela casa dentro, na hora do descanso, pela voz dos jornalistas e comentadores televisivos. Os sinais da lavagem consistem em usar, nas conversas e fóruns, as frases feitas por eles.

Por isso é sempre saudável um retorno à realidade, como aquele que nos foi proporcionado na audição parlamentar da comissão de ética onde, straight from the horse's mouth, ouvimos Miguel Pais do Amaral afirmar que "quem define o posicionamento editorial (nos meios de comunicação social) é o accionista".

Depois de considerar ser impensável que um qualquer jornalista divulgasse factos “que lhe estragassem o negócio”, Pais Amaral explicou que “o accionista não decide quem se deve entrevistar mas decide o posicionamento e o jornalista tem de interpretar. Se não está contente, vai para outro sítio".

Percebeu, ou precisa que o Miguel faça um desenho?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Esqueçam os mitos da economia de mercado
Quem manda nisto, incluindo em muitas PME, são meia dúzia de grupos económicos.












"O Grupo Espírito Santo (GES) possui já posições em mais de 400 empresas, com extensões a áreas nevrálgicas da economia e ultrapassando largamente o campo financeiro, mas também o país.

O grupo emprega mais de 20 mil pessoas e vale mais do que as duas holdings criadas para concentrar parte dos activos financeiros e não financeiros, que valem mais de sete mil milhões de euros: cerca de cinco por cento do PIB português."


Já alguém contabilizou quanto é que, dos apoios do Estado às PME, vai parar a estes grandes grupos económicos?

E estudou o papel que estes grupos têm no abafar da iniciativa privada, no estrangulamento das pequenas e médias empresas que ainda vão sobrevivendo fora da sua órbrita?

E de como estes grupos usam as suas posições de monopólio e oligopólio, para sugar o Estado, e esmifrar os trabalhadores e os consumidores destes País?

sábado, 6 de março de 2010

Política, ou fé nos políticos?
Quase 60% dos portugueses acham que Sócrates mentiu, diz o Público.











Apesar de estar na origem da sondagem do Público de 5/3, deixemos por agora de lado a discussão se Sócrates mentiu ou não sobre conhecer a intenção da PT comprar a TVI. Se Sócrates é culpado ou inocente é coisa que, nesta altura do campeonato e na minha opinião, só ele e eventualmente alguns outros (poucos) saberão.

Não partilho da ideia de que apenas os tribunais estão em condições de decidir sobre a inocência ou culpabilidade dum cidadão. Se eu vi o meu vizinho a esfaquear a mulher não preciso dum tribunal para me dizer que ele é culpado.

Mas apesar de tudo o que já veio a público sobre a alegada mentira de Sócrates, a única resposta que estaria em condições de dar àquela sondagem é NÃO SEI (embora ache que há indícios mais do que suficientes para abrir um Inquérito, e que não o fazer terá consequências muito negativas para o próprio regime).

Por isso me espanta(1) que a esmagadora maioria dos respondentes não tenha tido qualquer problema em responder SIM, ou NÃO, à questão de Sócrates ter mentido no caso PT/TVI.

Mas o que me choca verdadeiramente nos resultado da sondagem é 40,2% terem respondido NÃO, e numa pergunta a seguir 40,36% dizerem que se as eleições fossem hoje votariam no PS (ou seja na actual situação em Sócrates).

Se de facto só o eleitorado de Sócrates tem fé que ele está inocente, e quem vota nos outros partidos tem uma fezada que ele é culpado, então meus senhores não tenho dúvida em dizer que estamos mais próximos, nós cidadãos, da “democracia” italiana, do que aquilo que muitos de nós certamente imaginaria.


(1) Embora o formato da sondagem possa induzir a responder SIM ou NÃO. Por exemplo se a pergunta fosse antecedida por outra mais ou menos nestes termos "Acha que os factos conhecidos sobre ... permitem concluir...", o resultado seria muito provavelmente diferente.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mais coincidências









O blog AVENTAR publicou ontem no Público este anúncio, que antes tinha sido recusado pelo Jornal de Notícias. A partir das 14 horas de ontem, devido a um alegado problema no servidor da Esotérica , o AVENTAR ficou inacessível.

Por estas e por outras é que nunca quisemos o formigas num servidor cá do cantinho à beira mar.


Ultima hora, 4/3/2010 à noite.
Depois de mudar de empresa fornecedora, o AVENTAR is back.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Marx, Google e a fadista
Mete trabalhadores produtivos que não são operários, informação, e peixe entregue gratuitamente a quem o for pescar.






Uma fadista que é paga directamente pelos seus ouvintes, para cantar uns fados, é uma trabalhadora improdutiva.
Mas se a mesma fadista é contratada por um empresário, afim de (este) obter um lucro com a sua (dela) actuação, é uma trabalhadora
produtiva.
Porque, neste caso, ela (a fadista)
produz capital.(1).

A gente sabe que pode parecer um pouco confuso distinguir uma coisa dum conceito, ou compreender outros aspectos do método do autor do Manifesto, mas se ler o que ele escreveu, e fizer um pequeno esforço para tentar entender, vai ver que não dói nada.

Vem isto a propósito do post O Google contra Marx, onde o blogger, como aliás é muito habitual a quem escreve sobre economia politica, não só confunde o género humano com o manuel germano, como toma por novidade coisas que já são faladas e estudadas desde os finais do sec. XVIII.

Não dispondo de tempo, pachorra, ou conhecimento suficiente destas podas para pôr a coisa em pratos limpos, gostaria apesar disso de deixar aqui algumas notas que talvez ajudem a esclarecer as confusões e perplexidades do dito post.

Quer com a fadista com patrão, quer com os trabalhadores da Google (tirando os que só por lá andam a mandriar, ou estão com baixa da Caixa), há trabalho produtivo, capital variável.

Como acontece com as salsichas Nobre, a informação da Google, ou qualquer outra mercadoria, o valor, e o valor de uso, começam sempre por ser latentes e potenciais, realizando-se o valor no acto da troca (venda), e o valor de uso no acto do seu (dela mercadoria) consumo. Se ninguém a comprar não há valor. Se ninguém a consumir não há valor de uso.

Talvez o autor do post não tenha pensado nisso mas, tal como acontece com a informação que a Google usa, também os pescadores apanham peixe que lhes é “entregue gratuitamente”, no caso pelos rios e oceanos deste velho planeta.


(1) Tradução, com alguma liberdade, dum parágrafo do Volume 34, p. 121-146, da Marx Engels Collected Works, que pode ver, em inglês, aqui:
http://www.marxists.org/archive/marx/works/1861/economic/ch38.htm

terça-feira, 2 de março de 2010

Os mitos da direita
Mais um, Pedro Lomba, no “peditório” da privatização do Ensino.













Começando por derramar umas lágrimas de crocodilo a propósito da falta de mobilidade social em Portugal, mas “esquecendo” de referir, o que vinha muito a propósito, ser também o nosso um dos países onde é maior o fosso entre ricos e pobres, o cronista diz hoje no Público que o problema está na Educação, particularmente numa questão que lhe está muito próximo do coração. Ou será do bolso?

Depois duma série de rodeios para “boi dormir” (ainda há jornais a pagar por esta tristeza de propaganda partidária com rabo de fora), lá diz finalmente ao que vem. Quer, surpresa, que o Estado retire dinheiro ao Ensino Público para financiar os privados.

De acordo com os números também hoje publicados no Público, em 2007/08 cerca de 20% dos alunos do ensino secundário em Portugal frequentavam escolas privadas. Não será muito difícil deduzir que a maioria destes serão precisamente os filhos dos tais 20% com maiores rendimentos, e que em Portugal mais longe estão dos 20% que menos ganham.

Portantos, para acabar com as desigualdades, a solução do Pedro é subsidiar, com dinheiro público, aqueles que já estão muito bem na vida. As medidas do costume, não é?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Diz o coronel que a coisa assim tá preta
Que tal chamar a Inquisição e atear uns Autos de Fé para purificar a Pátria?











A demografia e o casamento entre géneros idênticos

Tenente-coronel João José Brandão Ferreira

"A Demografia é das questões menos estudadas a nível da sociedade e aquela a que os poderes públicos e o comum dos mortais deixou de prestar a mínima atenção.

Preocupados todos, que estamos, com a crise económica; vinculados ao consumismo e à cultura do prazer; anestesiados pela segurança social; sobrevalorizados no nosso ego pelo primado do individualismo e inundados de muitos outros “ismos” com que a comunicação social nos matraqueia o coração e a cabeça, deixámo-nos possuir por perigosos mitos de fundamento néscio – mas apelativos – e somos postos à beira de precipícios cada vez mais perigosos.

Reduzida a mortalidade infantil, instituída a pílula e outros métodos contraceptivos; quebrados os laços familiares tradicionais; caídos aos pés dos arautos da libertação da mulher; instituída a quase obrigatoriedade social daquela trabalhar fora de casa; consolidada a ditadura dos direitos face aos deveres e mais uma quantidade de coisas que seria ocioso enumerar – e de que todos temos sido relapsos a reflectir nas consequências – veio a originar-se uma brutal redução no número de nascimentos. Esta redução teve especial incidência nos países da Europa Ocidental e por extensão em Portugal, países onde se verificou aquilo que é tido pelo maior (e melhor) desenvolvimento da sociedade.

Ora a redução da natalidade que a nível europeu desceu para uma média de 1,4 nascimentos por mulher (em Portugal actualmente está em 1,3) veio colocar a questão da sobrevivência destas sociedades no futuro. De facto sabe-se através de estudos sérios, que uma população para se renovar, cada mulher precisa de conceber 2,1 filhos, em vida e que a mesma população deixa de se poder manter em termos culturais quando esse número desde para os 1,9. Já se sabe isto há muito tempo, mas ninguém liga coisa nenhuma, como se governos e pessoas tivessem sido atacados por um desejo de suicídio colectivo. Faltam braços para o trabalho, jovens para os Exércitos, fecham escolas e passou a existir assimetrias etárias cada vez mais assinaláveis.

O avanço da medicina tem aumentado a esperança de vida das pessoas o que faz com que a população idosa seja cada vez maior, com o aumento de custos para a Segurança Social. E tem sido por esta via – que não é a mais crítica, mas aparenta ser a mais sensível - que alguns governantes se começaram a preocupar: falta-lhes o dinheiro!

A tudo isto é necessário juntar os fluxos emigratórios e imigratórios. Isto é, por um lado os países ocidentais vêm chegar ao seu território milhões de seres de outros continentes que estão a desfigurar as suas nações e vêm partir,por outro lado, os seus melhores cérebros, que procuram realizações pessoais em países mais avançados, ou de oportunidade.

A demografia tem sido escamoteada com os nascimentos de filhos de emigrantes o que não é propriamente a mesma coisa que nascerem nacionais. A propaganda que favorece e escamoteia tudo isto tomou o nome de “multiculturalismo”. Não estamos a defender ideias racistas, mas a tentar preservar justas aspirações de individualidade cultural(e soberana) e a tentar evitar futuras convulsões sociais graves. Acresce a isto a vontade de organizações internacionalistas em quererem acabar com as Nações...

Face a este descalabro social e nacional, os poderes públicos eleitos justamente para cuidarem do governo da cidade, em vez de colocarem travões às quatro rodas a esta tragédia que fará o holocausto parecer uma coisa menor; restaurarem o cimento familiar e promoverem a fecundidade, optam justamente por fazer o contrário. Satanás não faria melhor…

Em vez de se promover a vida, aposta-se na cultura da morte, de que as leis abortivas e a eutanásia são exemplos maiores; em vez de se organizar a educação e a estrutura da sociedade para a harmonia familiar, tudo se faz para facilitar a dissolução do casal e o afastamento de ascendentes e descendentes; em vez de se apostar nos incentivos à natalidade, preocupam-se em dar subsídios a quem não trabalha, a dar a mão (e seringas) a drogados e em melhorarem as condições a quem se porta mal e está preso (por ex.).

Em vez de haver preocupação em educar para uma natalidade consciente e para o desenvolvimento de uma sexualidade maturada, a única coisa em que se pensa é em impôr aulas de educação sexual nas escolas, de gosto mais do que duvidoso, distribuir preservativos a esmo, etc., e acham que o “vale tudo” é o que está bem, havendo apenas que limitar os estragos.

Os países “mais avançados” do que nós, que apostaram nestas modernices, andam agora a verificar que nenhuma destas avançadíssimas atitudes, melhorou a saúde pública; evitou as gravidezes indesejadas; o número de filhos sem pai; as adolescentes grávidas; o número de abortos feitos em condições clínicas ou outras e toda a parafernália de desarranjos e dramas sociais correlativos. A única coisa que se conseguiu foi a sofisticação da prostituição, o aumento da pedofilia e a prosperidade do negócio pornográfico.

Não parece também haver freio na imoralidade e no deboche.

Perante este quadro o que fez o Parlamento Nacional? Pois mandou tirar os crucifixos das escolas e quer casar machos com machos e fêmeas com fêmeas! Que magnífico alforge de futuros estadistas!"


Nota: Os sublinhados, e a pachorra para aturar isto, são nossos.