quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O silêncio do Presidente sobre o BPN e as negociatas à custa do Estado.

Cavaco só aponta o dedo aos miúdos – Parte II





Aposto que ainda não vai ser amanhã. Sempre pronto a opinar sobre tudo e mais um par de botas, Cavaco Silva continua calado, caladíssimo, no que diz respeito ao BPN.

É certo que logo que o caldo começou a entornar, fez rapidamente um comunicado a sacudir a água do capote, a dizer que não era nada com ele. Mas censurar as trafulhices que já implicaram pôr no BPN cerca de mil milhões de euros de dinheiros públicos, nada, “niente”, coisa nenhuma.

Censura tanto mais oportuna quanto entre os principais envolvidos se encontram antigos ministros e secretários dos seus governos, e até um actual Conselheiro de Estado de sua nomeação pessoal.

Para Cavaco Silva, grave, mesmo grave, a necessitar de rabecada nos telejornais, são os desacatos dos miúdos (ver aqui) que se manifestaram contra o Estatuto do aluno e lançaram ovos à Ministra, que tal como as botas atiradas ao Bush, também nem sequer acertaram no alvo.

Que tal, para começar, um discursozinho sobre os que se servem da politica, dos cargos que ocuparam, para arranjar tachos milionários e fazer negociatas à custa do Estado? Para o discurso não ficar muito longo, até escusava de citar nomes.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Grecia: comentário num blog.












here is some proposals to get things better for the start :

1. no armed (guns) policemen at protests (we re not terrorists, just citizens)

2. total equality in justice for politicians ... let see some behind bars at last... starting from... yday... for all these countless scandals!!!

3. our economy sucks and we must not get better wages ? ok!!!
but please check all these well paid "mechanisms" against profiteering...
cause they re getting bribed from big companies and we re the only european country with so small wages and so expensive cost of living (greek products are sold more expensive in greece than in the rest of the world).(700 euro wage ...400 for rent ... etc etc)... SO LOWER ALL THE PRICES !!!

4. stop all these rich managers(doing dirty deals) against the citizens... they are rich enough ... let poor people take a breath ... in all europe, banks have decreased their compound interests (in japan they zero it) but here no ... we can pay (haha)!!!

5. please do citizens a favour and just quit ... most of goverment guys you are useless!!!
you have reached this country to the cliff's edge ... ημαρτον!!!

6. stop economy exploitation ...for your favour ... as you do for so many years!!!
be a good example and lower your wages first ... you re not in the government for your own profit
but for the good of your country ... you "profesionals"!!!

7. no more money for malfunctioned submarines and aircrafts ...
spend a load more money for a new kind-more useful and more "student friendly" education...

im just a citizen and thats all i could think of... specialists must have a lot more and even more effective to propose

try with these ..and i bet ppl will stop protesting ... tommorow!!!

BUT YOU RE SO DIRTY ... TO DARE !!!

Posted by fumanchu December 23

sábado, 27 de dezembro de 2008

Grécia: tentar perceber a insurreição.












A necessidade individual e colectiva de aventura, o desejo de participar e fazer história, a negação caótica de qualquer tipo de política, partidos políticos, e ideias políticas “sérias”; a ruptura cultural de detestar qualquer tipo de personalidade da TV, sociólogo ou perito, que pretende analisá-los como objectos sociais, a necessidade de existir e ser ouvido pelo que se é, o entusiasmo de lutar contra as autoridades e de ridicularizar a polícia de choque, o poder no coração e o fogo nas mãos, a extraordinária experiência de atirar molotovs e pedras contra a polícia em frente do parlamento, nas zonas comerciais caras, ou na sua pequena cidade; estas são, de acordo com alguns participantes, motivações que neste mês de Dezembro têm trazido para a rua, por toda a Grécia, milhares de manifestantes. Extracto da entrevista colectiva: How to organize an insurrection, publicada em Infoshop News.

Ver também Riots push Greece to the edge, por Malcolm Brabant BBC News, Atenas, e entrevista a Babis Angurakis do PC da Grécia.

Sites do Communist Party of Greece e da Communist Organization of Greece. O site do PASOK em inglês está desactualizado, e dos Verdes só encontrámos em Grego.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A propósito dos discursos da quadra festiva.

What keeps mankind alive
de Bertolt Brecht e Kurt Weill, por William S. Burroughs




You gentlemen who think you have a mission
To purge us of the seven deadly sins
Should first sort out the basic food position
Then start your preaching, that's where it begins

You lot who preach restraint and watch your waist as well
Should learn, for once, the way the world is run
However much you twist or whatever lies that you tell
Food is the first thing, morals follow on

So first make sure that those who are now starving
Get proper helpings when we all start carving
What keeps mankind alive?

What keeps mankind alive?
The fact that millions are daily tortured
Mankind can keep alive thanks to its brilliance
In keeping its humanity repressed
And for once you must try not to shriek the facts
Mankind is kept alive by bestial acts

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

E o menino Jesus chega no dia 25 de Dezembro.













E já começava a pensar que tinham roubado o menino Jesus, quando alguém me explicou que ele só chega no dia 25 de Dezembro, depois da missa do Galo. Presépio montado na Igreja de Santo António à Sé, Lisboa.

E onde é que param, Dom José Policarpo, os presépios de Machado de Castro da Igreja da Sé Patriarcal de Lisboa e da Basílica da Estrela, que ficam com um ar mesmo desolado, sem presépio no Natal? Parece que já só os podemos ver na Internet: aqui, aqui e aqui.

Mais sobre Presépios, na Wikipédia, e nos Amigos do Presépio.

sábado, 20 de dezembro de 2008

As virtudes da banca privada.


Clientes do BPP
accionam providência cautelar



Acusações da CMVM
no caso BCP após o Natal



Ex-gestores do BPN e SLN
vão ser processados


Num único dia, na 1ª página do Expresso Economia, mais três notícias pouco abonatórias da credibilidade da banca privada.

Quanto é que isto está a custar ao Estado? Quanto é que isto irá custar aos clientes de alguns bancos?


Recorde-se ainda, os bancos envolvidos na Operação Furacão:


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Da Grécia para a Europa: Resistência.












Com a palavra de ordem Resistência, faixas cor de rosa na Acrópole, apelam à solidariedade dos europeus, para hoje 18 de Dezembro de 2008.

Hoje em Atenas numa manifestação pacífica de 7 000 pessoas, num cartaz lia-se “Abaixo o Governo sujo de sangue, a pobreza e as privatizações”. Após a manifestação ocorreram novos confrontos entre jovens e policia no centro de Atenas. Manifestações convocadas pelos sindicatos, estudantes e professores tiveram lugar noutros locais, incluindo Salonika no norte, e na ilha de Creta.

Os sindicatos convocaram uma paralisações de 3 horas, no aeroporto de Atenas. Trabalhadores dos serviços urbanos, médicos e professores aderiram também à paralisação. Por toda a Grécia 600 escolas, incluindo várias Universidades, continuam ocupadas pelos estudantes.

Uma sondagem do jornal Avgi dá ao PASOK, socialista, uma vantagem de 6,5% sobre o partido do Governo, Nova Democracia, de direita.

O primeiro ministro Costas Karamanlis, reconheceu 3ª feira que não se deu logo conta da gravidade da revolta, e que há, entre outros, problemas de corrupção, de justiça social e de educação, a precisar de soluções urgentes.

BPP, poupanças e pensões de reforma.








Sabe-se agora que quando a bronca rebentou, os grandes investidores financeiros do BPP há muito que já tinham dado à sola. Quem ficou foram os pequenos e médios aforradores, que não estavam por dentro, e que quando as coisas dão para o torto acabam sempre por ficar à chuva.

Algumas dessas pessoas, afirmam que puseram lá o dinheiro convencidas de que se tratava de depósitos a prazo, mas que agora lhes dizem que eram aplicações financeiras; com boas remunerações, mas que hoje nada valem. Um entrevistado na SIC, que optou por pôr no BPP as suas poupanças para a velhice, diz-se agora confrontado com ter de viver com a sua reforma de trezentos e tal euros mensais. As economias duma vida de trabalho, voaram.

E não vi ainda nenhum arauto da privatização das pensões ou dos esquemas pessoais de poupança, dos que passam a vida a atacar a Segurança Social, vir pedir desculpa de, com a sua verborreia de capitalismo popular, ter contribuído para convencer as pessoas, a entregar o ouro ao bandido.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Estado Predador, de James Kenneth Galbraith.














James Kenneth Galbraith, é filho do conhecido economista John Kenneth Galbraith, autor de livros tão populares como A Sociedade da Abundância e O Novo Estado Industrial.

Para James K. Galbraith, o Estado Predador tem por base uma classe empenhada em apoderar-se do Estado, não por razões ideológicas, mas simplesmente para que isso lhes traga, individualmente ou como grupo, o máximo de dinheiro, o mínimo de incómodo ao exercício do seu o poder, e no caso de alguma coisa correr mal, a melhor oportunidade do Estado ir em seu socorro.


Apesar da retórica em contrário, não lhes interessa a redução do Estado pois, sem seu o apoio, a concretização dos seus objectivos estaria fortemente comprometida. A sua razão de ser é fazer dinheiro à custa do Estado.


Ao Governo é reservado o papel de prosseguir politicas de redução dos rendimentos dos trabalhadores e de cortes nos serviços públicos, ao mesmo tempo que faz concessões milionárias a companhias pertencentes a apoiantes, ou geridas por ex-colegas, muitas vezes sem concursos. O Governo deve correr a socorrer as grandes empresas, mas recusar-se a apoiar os cidadãos comuns.


E tudo isto, para o autor, não são anomalias ou desvios, mas sim condições endémicas e centrais do funcionamento do sistema.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

Salvem os ricos, os contemporâneos.



Chegou a crise
Não há razão para temer
É que nesta crise
O Teixeira dos Santos vai-nos proteger
Mas neste Mundo injusto
O dinheiro está garantido
Para o pobre, o remediado
E o sem-abrigo
Mas pensa naqueles,
Os multimilionários
Ficaram sem bancos
E sem chorudos salários
E sem direito a indemnizações
Têm de pedir o aval
À sopa dos pobres dos ricos
O Banco de Portugal
O desespero tomou conta
De toda a Quinta da Marinha
Em vez de lavagante
Comem lambujinha
E vão ter de abandonar
O Conselho de Estado
O quadro do Miró
Foi penhorado
Porque esse Portugal
Já não é neo-liberal
Saberão que estamos no Natal!
O suprime limpou-lhes muitos milhões
A polícia trata-os como aldrabões
Saberão que estamos no Natal!
Salvem os ricos
Salvem os ricos
Salvem os ricos
Ajudem os milionários
Salvem os ricos
Ajudem os milionários

sábado, 13 de dezembro de 2008

What We Talk about When We Talk about Love.

















“Well, Nick and I know what love is,” Laura said. “For us, I mean,” Laura said. She bumped my knee with her knee. “You’re supposed to say something now,” Laura said, and turned her smile on me.

For an answer, I took Laura’s hand and raised it to my lips. I made a big production out of kissing her hand. Everyone was amused.
“We’re lucky,” I said.
“You guys.” Terri said. “Stop that now. You are making me sick. You’re still on the honeymoon, for God’s sake. You’re still gaga, for crying out loud. Just wait. How long have you been together now? How long has it been? A year? Longer than a year?”
“Going on a year and a half,” Laura said, flushed and smiling.
“Oh, now,” Terri said. “Wait awile.”
She held her drink and gazed at Laura.
“I´m only kidding,” Terri said.
Mel opened the gin and went around the table with the bottle.
“Here, you guys,” he said. “Let’s have a toast. I want to propose a toast. A toast to love. To true love,” Mel said.
We touched glasses.
“To love,” we said.

Extracto do conto “What We Talk about When We Talk about Love”, de Raymond Carver. Vem isto a propósito da crónica de hoje de Inês Pedrosa(*). “De que falamos quando falamos de ...”, é decididamnte uma expressão que já fizemos nossa, e mais um exemplo daquela capacidade que os grandes escritores têm de influenciar a língua que falamos; mesmo quando a língua é outra, e há um oceano pelo meio.

(*) Na Revista Única, no Expresso de 13/12/2008, “Uma crónica de amor. De que falamos quando falamos de entrega?”.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Parece que o pessoal está chateado com esta espécie de democracia.












De vez em quando aparecem uns números a confirmar o que toda a gente sente. No estudo Reforma Institucional em Portugal(*), de André Freire, diz-se que 71,5% dos eleitores não estão satisfeitos com a qualidade da democracia em Portugal. O nível de insatisfação será ainda o mais alto dos últimos 23 anos.

Tirar a limpo, com rigor, as causas desta insatisfação, implicaria talvez outro estudo, que certamente traria informações, merecedoras de novos estudos.

Mas o que nos deixaria, de certeza, admirados era um estudo a dizer que estava tudo feliz e contente com os políticos que nos governam há mais de 30 anos. Como de certa maneira somos levados a crer com as sondagens que periodicamente nos informam que cerca de 40% vamos votar no PS e quase 30% no PSD.

Talvez o nome adequado para esta aparente discrepância seja: voto resignado, versão pindérica do voto útil.

Se isto continuar a dar para o torto, ainda a malta se chateia de vez, atira a canga ao ar e, pelo menos, isto fica esclarecido. Sem necessidade de mais estudos.

(*) Referido no Público de 11/12/2008

A crise do PSD, segundo JPP.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Escola Pública: algumas perguntas sobre o problema que estamos com ele.














Diz-se, e com razão, que numa empresa só alguns chegam à Direcção ou que no Exército não são todos promovidos a general. Tal como nas escolas, em que também não chegam todos ao Conselho Executivo, ou a coordenador de Departamento.


Com a quota de 30% não se está, só para se reduzir a despesa, a dividir artificialmente aquilo que é igual? Queremos bons professores, vamos avaliá-los, e a primeira coisa que se faz é estabelecer um limite a quem o mérito vai ser reconhecido? É assim tão difícil garantir a todos os professores que o reconhecimento, maior ou menor, será de acordo com o mérito?


Embora com naturais diferenças, o objectivo não deverá ser ter,
nas salas de aulas, 100% de bons professores? E os maus, não devem ser afastados?

Um sistema de avaliação não deverá também contribuir para estimular os professores a melhorarem o seu desempenho? Que estimulo têm aqueles a quem a avaliação reconheceu o mérito, mas não couberam nos 30%? Se categoria de titular for vitalícia, qual é o estimulo para os titulares se esforçarem a melhorar ou a continuar a ser bons?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Quando isto dá para o torto.














De Corfu a Rodes, de Salónica a Creta, mais Atenas, Samos, Lesbos, Larisa, Trikala, Ioannina, Patra.

Grecia, Dezembro de 2008: desemprego 8% (22,9% entre os jovens dos 20 aos 25 anos).