sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O ovo de Colombo para a avaliação dos professores: com o apoio do ministério, dos professores e dos partidos.











Então é assim: cada professor escolhe um avaliador externo, pago pelo Ministério da Educação, se trabalhar na OCDE melhor ainda, entrega-lhe uns relatórios sobre o que andou a fazer, e indica-lhe com quem deve falar. Com base nisto o avaliador faz a avaliação de desempenho do professor, e atribui-lhe a respectiva classificação.

Como é óbvio este modelo contará com o apoio do Ministério da Educação e do PS; se é bom para avaliar o ministério, inclusive com os rasgados elogios do 1º Ministro, também serve para avaliar os professores.

Depois de umas quantas rondas negociais, e uns posts do Guinote, os professores não deixarão também de dar o seu acordo; no fundo o modelo não difere muito do que a frente sindical apresentou para o corrente ano lectivo.

Quantos aos partidos da oposição, uma vez que mete avaliador externo, ou seja mais uma oportunidade de pôr os privados a mamar na teta do Estado, o PSD, que em primeiro lugar propôs a avaliação externa, não deixará de apoiar; o PCP apoiará o que o professor Nogueira achar melhor, ou vice versa, mas como diz a Teresa, isso agora não interessa nada; o BE pelo carácter fracturante do modelo em relação ao que ainda está em vigor, também não se vai opor; e o CDS, que nesta fase inicial do namoro tem de bater a bola baixinho, se for bom para o PS, não irá certamente levantar grandes problemas.

Está a ver como com um pouco de imaginação e boa vontade, e quando menos se esperava, o tal pseudo relatório da OCDE, que o Governo nos fará o favor de dizer quanto custou, ainda vai servir também de inspiração para resolver um imbróglio que nunca mais acabava.

Nota: Para ver como se cozinhou o tal relatório auto-elogioso consulte os Anexos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

David Foster Wallace













Tropecei por acaso em David Foster Wallace, na Internet quero dizer, quando há uns tempos procurava um dicionário de uso de Inglês, e fui parar a um artigo publicado em 2001 no Harper’s Magazine, Tense Present: Democracy, English, and the Wars over Usage, que com o pretexto duma “review” do A Dictionary of Modern American Usage, by Bryan A. Garner, tem sobretudo a ver com o interesse visceral de DFW pelas palavras, e pelo que elas significam na vida das pessoas.

Num próximo post voltarei a David Foster Wallace, para falar dos contos e romances do autor de Infinite Jest que nos deixou por vontade própria em Setembro do ano passado, mas hoje fica aqui um pequeno extracto do artigo daquele primeiro encontro, que embora usando palavras com mais letras do que estamos habituados em Inglês, particularmente na sua variante americana, e um grau de dificuldade um pouco acima do Inglês técnico da tal universidade, não é assim tão exigente como isso:

Issues of tradition vs. egalitarianism in U.S. English are at root political issues and can be effectively addressed only in what this article hereby terms a "Democratic Spirit." A Democratic Spirit is one that combines rigor and humility, i.e., passionate conviction plus sedulous respect for the convictions of others. As any American knows, this is a very difficult spirit to cultivate and maintain, particularly when it comes to issues you feel strongly about. Equally tough is a D.S.'s criterion of 100 percent intellectual integrity — you have to be willing to look honestly at yourself and your motives for believing what you believe, and to do it more or less continually.

This kind of stuff is advanced U.S. citizenship. A true Democratic Spirit is up there with religious faith and emotional maturity and all those other top-of-the-Maslow-Pyramid-type qualities people spend their whole lives working on. A Democratic Spirit's constituent rigor and humility and honesty are in fact so hard to maintain on certain issues that it's almost irresistibly tempting to fall in with some established dogmatic camp and to follow that camp's line on the issue and to let your position harden within the camp and become inflexible and to believe that any other camp is either evil or insane and to spend all your time and energy trying to shout over them.

I submit, then, that it is indisputably easier to be dogmatic than Democratic, especially about issues that are both vexed and highly charged. I submit further that the issues surrounding "correctness" in contemporary American usage are both vexed and highly charged, and that the fundamental questions they involve are ones whose answers have to be "worked out" instead of simply found.


E se isto lhe aguçou o interesse, ou a curiosidade, e mesmo que aquilo que menos lhe interessa seja mais um dicionário, ainda por cima de uso, que é um dicionário com menos palavras, dissecadas por vezes de forma um pouco para o pedante, então salte já a pés juntos: Tense Present: Democracy, English, and the Wars over Usage.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O Freeport de Alcochete e os indícios: serão líquidos? serão gasosos? sólidos não são certamente, porque a PGR é que fala assim.









Flamingos na zona de Alcochete

Num mesmo dia, no longínquo ano de 2002, um Governo de saída aprova em Conselho de Ministros, o projecto do Freeport de Alcochete e a alteração que retira da Zona de Protecção do Estuário do Tejo a área de construções daquele projecto. E aqui, vejo duas hipóteses: ou se trata duma discutível concepção do interesse público que deve ser objecto de discussão e avaliação politica; ou estamos perante uma situação em que, por meios mais ou menos ilícitos, o interesse privado se sobrepôs ao interesse público: um caso de polícia.


E como há de facto indícios de falcatrua, seria bom que a PJ e a PGR investigassem com a celeridade e competência que esperamos delas, esclareçendo o que for possível deslindar, em vez de continuarem a assistir a fugas de informação e a desdobrarem-se em declarações extemporâneas e ridículas como as de não haver indícios sólidos(1) em relação ao Eng. Sócrates.

Os julgamentos na comunicação social, e blogosfera, por muito entretenimento que possam proporcionar, são mais um sintoma da situação pantanosa a que chegámos, no que respeita à corrupção, fraude financeira, crime de colarinho branco, offshores, branqueamento de dinheiro, e sei lá que mais. E aqui sim, está provado, o Eng. Sócrates tem pesadas culpas no cartório. Não foi ele que se opôs ao pacote Cravinho de combate à corrupção? Que abençoou o Pacto de Justiça cozinhado por um selecto grupo do PS e PSD? E os resultados estão à vista. Sabe quantas pessoas estão presas a cumprir pena por crime de corrupção? Arrisque um número e depois compare aqui.

E se alguém, nas oposições, pensa que vai tirar proveitos eleitorais destas manobras, o melhor é tirar o cavalo da chuva. Ou o homem sai reforçado desta provação, como vítima merecedora de todo o respeito e solidariedade, e de mais alguns votos. Ou mesmo que a coisa desse para o torto, não era grande a desgraça para o PS que, com alguma dor e melhor proveito, podia, da noite para o dia, ver-se livre do engenheiro e respectiva tralha, e avançar com um elenco renovado, para uma segunda maioria absoluta.

Escolhesse o PS continuar na mesma linha, ou mudar de direcção e enfrentar os novos desafios que aí estão, não seria difícil encontrar por lá alguém com melhores credenciais do que as do desgastado 1º Ministro. E isto não é sequer sobrevalorizar o PS. Como dizia a Zezinha acerca do Paulinho, à Drª Ferreira Leite até o rato Mickey ganhava.

Com Sócrates ou sem Sócrates, aqui está uma oportunidade oferecida ao PS para antecipar as eleições, antes que a crise começe a doer ainda mais a sério.


(1) No Expresso de 24/1/2009.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Há por aí alguém com pachorra para me explicar o que é que há de "fracturante", ou de "questão de consciência complicada", no casamento homossexual?











E estava aqui o Aristes convencido que isto de casar ou não casar, era coisa que dizia respeito a quem queria, ou não queria, casar ou não casar, e afinal se os dois casantes forem do mesmo balneário, alto aí, então é coisa “fracturante”, é coiso e tal e “questão de consciência complicada”.


E quando me recordam que a lei não deixa, não sei porquê vêem-me à ideia aquelas leis que havia no EUA e na África do Sul em que, branco não casava com negra, e negro com branca, isso então era melhor nem sequer pensar.

E com medo de que pessoal se esqueça dele, aí vem outra vez o avô do regime botar sentença: "Os casamentos entre homossexuais são (questões) de consciência complicadas, ... eu estaria mais inclinado, se estivesse na minha mão, … para acabar com as desigualdades sociais, dar mais prestígio ao trabalho, aos trabalhadores e aos sindicatos". Ó homem, então porque é que não se inclinou, quando tinha a faca e o queijo na mão?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Não deixar morrer a Fábrica Bordalo Pinheiro.












Com falta de encomendas, sem dinheiro para pagar salários, dívidas à Segurança Social, e a crise que aí está, a Fábrica Bordalo Pinheiro, segue os passos da indústria cerâmica da região, e corre o risco de encerrar um dia destes, pondo no desemprego mais 170 trabalhadores.

Embora com cerca de 90% do negócio na exportação, a Bordalo Pinheiro, empresa nacional, não tem merecido da parte do Governo a atenção dispensada, por exemplo, às estrangeiras AutoEuropa e Quimonda. Para que servem, se é que existem, as tais linhas de crédito para as PME de que ouvimos falar todos os dias?

Dispondo de um espólio de mais de mil moldes originais, e de artesãos e técnicos capazes de continuar a recriar figuras tão emblemáticas como o Zé Povinho ou o São Jorge e o Dragão, esta fábrica de cerâmica das Caldas da Rainha faz parte do património vivo do País, e também por isso não a devemos deixar morrer.

Para além da chamada de atenção, e da exigência para que o Governo não fique mais uma vez a olhar para o lado, vamos lá mostrar a nossa solidariedade, e toca a ir já comprar um Zé Povinho, ou outra das belas peças de cerâmica criadas pelo talento de Rafael Bordalo Pinheiro.













Peças pertencentes ao Museu Bordallo Pinheiro (Zé Povinho e azulejos) e Colecção Berardo (vaso).


Ver Catálogo da Fábrica.


NOTA em 25/2/2009
Carta Aberta ao Presidente da República, ao Primeriro Ministro e ao Presidente da Assembleia de República. Pode ler e assinar aqui.

domingo, 18 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre uma católica casar com um muçulmano:
uma análise à luz do Ratzinguismo.













No 31 da Armada, J.M.Pinto, decerto inspirado pelas palavras dirigidas por Bento XVI à Cúria Romana, apresenta um interessante método, capaz de aferir a naturalidade das mais variadas manifestações humanas.


De forma a poderem apreciar as virtualidades deste método inovador, mostramos aqui uma variante do original, substituindo homossexualidade por, uma católica casar com um muçulmano, questão mais actual, e de muito maior interesse para as moças casadoiras da paróquia. Aqui temos:

Naturalmente
natural (adjectivo uniforme):
1. da natureza ou a ela respeitante
2. produzido pela natureza ou regulado pelas suas leis
3. que existe na natureza
4. que nasce com o indivíduo; inato
5. segundo o uso ou a norma; normal (...)

Sobre se uma católica casar com um muçulmano é natural ou não, devo dizer que, considerando as três primeiras definições, uma católica casar com um muçulmano é natural. Eu entendo a Natureza como o Todo. Nesse Todo entra o Homem e as modificações nele engendradas. Seja inerente ao Homem ou produto dele, Tudo é Natureza. Logo, existindo uma católica casar com um muçulmano, ela existe na Natureza, ela foi produzida por Ela e a Ela diz respeito.

Considerando a quarta definição, tenho dúvidas que a uma católica casar com um muçulmano seja natural. Não existe consenso científico sobre qual a carga genética ou hormonal envolvida numa católica casar com um muçulmano, tão pouco se quantificou o peso da influência do ambiente externo.

Considerando a última definição, tenho a certeza que a uma católica casar com um muçulmano não é natural. Por mais que alguns nos queiram fazer crer, uma católica casar com um muçulmano não é o comportamento normal nem a sociedade, tal como a conhecemos hoje, a vê como norma. Apesar do que alguns nos querem fazer acreditar, uma católica casar com um muçulmano aceite em algumas elites de tempos idos (e também de tempos vindos) nunca alcançou a aceitação da sociedade suficiente a ponto de se considerar normal. Como se desenvolverá a visão social duma católica casar com um muçulmano no futuro? Só Deus sabe, naturalmente.


E agora, há por aí alguém capaz de me dizer que não se aprende nada na blogosfera?

Os gajos bem tentam copiar,
mas depois só sai disto.



















O pessoal dos jornais parece andar cada vez mais atento ao que se passa cá pela blogosfera. Agora até já imitam aqueles títulos longos, de que aqui falava um dia destes.

O José Manuel Fernandes do Público, que continua a ignorar o que lhe dizia o professsor de português: "o teu problema não é só não saberes escrever, o teu problema maior é não saberes pensar", é na imprensa, e com o resultado que está à vista, um dos mais recentes aderentes a esta moda.

Esta pérola, acompanha um editorial ainda mais chungoso do que o título. Como diz o Maradona: “eu cá apostaria que nem o autor do O Código Da Vinci conseguiria arranjar um elo de ligação entre o inicio daquela bosta e o fim daquela merda".

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

28











A Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP), organismo do Ministério da Justiça que faz a gestão da população prisional, informa que tem actualmente 28 presos por corrupção activa e passiva, e peculato.

Tem graça não tem, nós a pensarmos que a corrupção era uma das grandes chagas nacionais, e afinal são só 28.
Ver notícia no Correio da Manhã.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Hoje é só boas notícias: depois de Ronaldo como futebolista do ano, parece que o Primeiro Cão também vai ser português.











Afinal não é só por cá que se escolhem Ministros da Economia com a ligeireza que depois dá o resultado que dá. Em entrevista à televisão ABC, Barack Obama confessou que foi mais fácil escolher o Secretário do Comércio, equivalente ao nosso Pino, que escolher o cão que prometeu dar às filhas quando ganhou as eleições.

O novo Presidente da maior potencia mundial revelou ainda, que o cão de água português está entre os nomeados para a escolha do canídeo da Casa Branca. Ainda vamos ter um português no lugar de Primeiro Cão.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Perplexidades dum neófito na blogosfera: porque é que os títulos dos blogs estão cada vez maiores, e outros assuntos do maior relevo para a blogosfera









A principio pensei que era só aqui nas formigas, mas depois comecei a reparar ali na coluna da direita, e em posts doutros blogs também há cada vez mais títulos com duas e mais linhas.

Cá por mim acho que isto na blogosfera é como nos livros, publica-se cada vez mais, e lê-se cada vez menos. Há por aí alguém que me queira convencer, que há mais de três mil visitantes por dia(*), a ler aqueles poemas em inglês que o Pacheco Pereira publica no Abrupto?

E como o pessoal não lê os textos dos posts, os bloguistas contra atacam: passamos o texto para o titulo e fazemos posts só com titulo, ou com título e um link, assim:

Um espanto



Isto é espantoso, não é?


Um programa desenvolvido pelo informático das formigas, diz-nos que neste ponto do post 98% dos visitantes já se foram embora, pelo que peço desculpa aos 2% dos que ainda por cá estão, mas assim, os outros assuntos da maior relevância para a blogosfera, vão ter de ficar para o próximo post, ou para o próximo título.

Entretanto não percam Encontro de Bloggers da Alien.

(*) Numeros do blogómetro.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mostrar o gato, exibir o cão, e como criar o seu negócio e ser feliz para o resto da vida.












Não sei se repararam mas nos blogues pessoais, mais cedo ou mais tarde o dono acaba sempre por mostrar o gato, por isso, vamos já resolver a questão, e aqui está o gato, que talvez nem sequer seja meu, se calhar é emprestado, como aqueles políticos em campanha eleitoral que usam os cães dos outros para tirar fotografias que depois aparecem na Gente, e é desses cães e desses políticos que verdadeiramente eu queria falar, o paleio dos gatos foi só para ganhar balanço.

Num ano com três eleições três, está resolvido o problema da crise cá do Aristes, sim, que para as eleições não vai haver crise, vai haver bué, mas mesmo bué de guito, e a maneira aqui do “moi” sacar algum, vai ser com uma empresa de aluguer de cães que eu estou a criar, e escusam de dizer que não vai dar, que isso de fotografia com cão é só para políticos de direita e agora quem sobe nas sondagens é a esquerda, que isso não é verdade, um cão fica sempre bem a qualquer político, o segredo está em escolher o cão certo, talvez haja umas excepções, assim à primeira não estou a ver o Jerónimo em retrato com cão, mas já à Ilda Figueiredo um lulu branco de pelo encaracolado ia ficar a matar, e para o Louçã então nem se fala, não há cão nem gato que não vá bem com ele.

Agora só preciso de arranjar dois sócios, um que tenha cães, qualquer tipo de cães, que isto de cães é como os políticos, podem ser grandes ou pequenos, mansos ou perigosos, nem é necessário ter o tal de “pedigree”, só precisam mesmo é ter bom aspecto para o retrato, e até podem ir às canelas dos eleitores que eles parece que não se importam, barafustam na altura, mas nas eleições seguintes lá está o votozinho outra vez, como se não fosse nada com eles.

Também preciso dum sócio que conheça políticos, e aqui só para a gente, quem eu gramava à séria era o Coelho, ou o Loureiro que parece que anda assim um bocado mal visto por causa da tal sociedade Lusa, estes tipos são uns verdadeiros patriotas, até põem nomes destes às empresas, o que até é uma boa ideia para a empresa que eu estou criar e que se calhar se vai chamar sociedade Lusa qualquer coisa de canídeos, mas isso ainda é uma coisa para se ver com os outros sócios, e voltando ao sócio que conheça políticos, vai ter que ser como lá em casa nos dias em que a Vanessa recebe o subsídio de desemprego e abancamos os dois com um bocado de queijo tipo Serra, portanto se alguém topar um mangas tipo Coelho que queira alinhar, mande-o cá para o amigo.

Andava ainda à procura dum sócio capitalista mas agora já não é preciso, entra o Sócrates com as massas, não o Sócrates propriamente dito em pessoa mas, como ele disse ontem ao irmão do Costa da Câmara da SIC e da Moção, ainda tenho de descobrir para que serve isto das moções, mas dizia eu como ele disse ao Costa da SIC e do Expresso, irmão do outro Costa de que falei antes, as massas são dumas linhas de crédito que ele Sócrates inventou para as pequenas e médias empresas, o que vem mesmo a calhar para o projecto cá do Aristes, e no que me toca já alavanquei quatro euros e meio que investi ali na feira da Gare do Oriente, num livro do caraças, chama-se “Como criar o seu negócio e ser feliz para o resto da vida”, e vou já lê-lo amanhã, ou para a semana, ou quando tiver tempo.

E agora, a propósito da Mensagem de Ano Novo, uma pergunta simples ao senhor Presidente.






As duas faces de Cavaco Silva, um milhar de milhões para o BPN, palavras de alento para o zé povinho.

Porque é que não disse também aos banqueiros, “não se deixem abater pelo desânimo”, “acreditem nas vossas capacidades, não percam a vontade de vencer(*)”, em vez de se apressar a aprovar, sem vetos nem discursos aos Portugueses, o apoio do Governo ao BPN?

O BPN, no caso de já não se lembrar, é aquele banco onde pontificavam antigos Ministros e Secretários dos seus Governos, e um actual Conselheiro de Estado de sua nomeação pessoal.

(*) Mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Texto integral aqui.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Constituição da República e as outras “constituições”, e onde é que Cavaco Silva andou mal na questão da promulgação do Estatuto dos Açores.











Para além da Constituição escrita, aprovada por maioria de 2/3 dos deputados, que serve de base às decisões do Tribunal Constitucional, existem por aí um rol de “constituições” ao sabor de interesses, ocasiões, ou da simples e prosaica ignorância nestas coisas de que a maioria partilhamos.

Mas vamos a exemplos, e como este vai ser um ano de eleições, comecemos pelas eleições legislativas. A Constituição diz que se trata de eleger deputados para a AR, mas para alguns políticos, comunicação social, e na prática para uma boa parte dos eleitores, estas eleições estão cada vez mais transformadas em eleições para 1ª Ministro. Lembram-se dos comentários, análises, e opiniões que punham em causa a nomeação de Santana Lopes, porque quem os portugueses tinham eleito para 1º Ministro era Durão Barroso?

Também, pelo menos desde a primeira eleição de Mário Soares para PR, os ocupantes de Belém se consideram, e muitos de nós concordam, Presidentes de todos os Portugueses. Conceito completamente alheio ao próprio regime republicano em que vivemos. Na monarquia sim, todos os Portugueses eram súbditos do Rei, que era Rei de todos os Portugueses. Agora somos cidadãos livres, não sujeitos à soberania de ninguém. Cidadãos que elegem um Presidente da República, ou seja do estado republicano, e não propriamente dos Portugueses.

Quanto à questão do Estatuto dos Açores, e no que se refere aos dois artigos em causa, parece não haver grandes dúvidas de que não se deve alterar por lei, poderes do Presidente consignados na Constituição.

Mas de acordo com a Constituição, o órgão competente para apreciar a constitucionalidade das leis é o Tribunal Constitucional. É Cavaco Silva que está a desrespeitar a Constituição ao considerar que tem a legitimidade para considerar o que é ou não constitucional. O seu poder é de, em relação a aspectos em que tenha dúvidas, solicitar ao Tribunal Constitucional que decida sobre a constitucionalidade das leis. Foi Cavaco Silva que de forma inábil e arrogante se tentou colocar acima do Tribunal Constitucional, pensando que, com a sua “influência” e mais umas manobras populistas, resolvia aquilo que, de acordo a sua opinião, é uma grave inconstitucionalidade. Se tivesse resultado, aí tínhamos outra “revisão constitucional de facto”, transferindo na prática, para o Presidente, poderes que de todo não lhe pertencem.

Mais uma vez, achamos nós, Cavaco Silva demonstra uma grande incapacidade de interpretar os poderes que cabem ao Presidente da República. Como aliás volta a fazer no discurso de Ano Novo, onde claramente se intromete por áreas que são da competência do Governo e da Assembleia da República.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Eugénio Rosa: um outro olhar sobre a realidade do País.










Ao longo de 2008, Eugénio Rosa publicou na blogosfera 47 estudos sobre questões económicas e socias do País. Daqui saudamos o seu incansável labor, transcrevendo algumas palavras que acompanham o ultimo estudo de 2008, bem como os links para os que publicou no ultimo trimestre do passado ano.

"Como temos referido, mas não é demais repetir, o objectivo dos estudos que divulgamos ao longo deste ano não foi o de tentar substituir a "verdade" do pensamento único de cariz neoliberal dominante por outra "verdade", mas apenas dar aqueles que nos lêem uma outra interpretação dos problemas da economia e da nossa sociedade, contribuindo para uma reflexão própria e autónoma, que ajudasse os leitores a formular a sua própria opinião que, em muitos casos, até poderá ser diferente da nossa, o que não nos incomoda, pois a democracia passa precisamente pela aceitação de ideias diferentes, mas o importante é que essa opinião resulte do confronto democrático de ideias diferentes, e não condicionado pelo pensamento dominante de cariz neoliberal que nos pretendem impor..."

O que era necessário que o governo esclarecesse sobre a "reforma" da administração pública

O governo aumenta o capital da CGD para poder fazer desaparecer os prejuízos do BPN e reduzir o défice orçamental

No 3º trimestre de 2008 o desemprego atingiu 569 mil portugueses; os desempregados com ensino superior aumentaram em 44%; e menos da metade dos desempregados recebe o subsidio respectivo

A pensão média em Portugal é actualmente apenas de 404,61€ e em 2009 o governo pretende aumentá-la em 11€ (37 cêntimos/dia)

Quatro anos de governo de Sócrates na economia

O OE2009 agrava a injustiça fiscal

O governo nacionalizou o BPN porque ele está falido

Governo recusa devolver a 40 mil reformados €28 milhões que lhes retirou injustamente mas quer anular €1.900 milhões de dívidas das empresas à Segurança Social

OE2009 vai determinar: redução do poder de compra dos trabalhadores da função pública; aquisição maciça de serviços a privados

Um orçamento que não evita a recessão e que é insuficiente para impedir o agravamento da situação social

O discurso da desculpabilização do governo, a cambalhota de Sócrates na AR e as consequências da ruinosa gestão capitalista

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

E será ainda em 2009, pergunta o Vasco, que chegará o magalhães encomendado ao eng. Sócrates, em Outubro passado?

Feliz 2009 para todos, sem crises.



Gato Fedorento: Louvado sejas, ó Magalhães!