sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Arruada, neologismo nojento?
Ou ignorância e sectarismo de VPV?













Hoje, os políticos não se atrevem a mostrar muito a cara ou a abrir muito a boca. Fazem “arruadas” – quem inventou esse neologismo nojento?”, pergunta hoje no Público Vasco Pulido Valente.

Sabe muito bem VPV, e daí o seu enjoo, que quem, mais recentemente, trouxe arruada para o uso corrente foi o PCP. E se não se deixasse tão facilmente cegar pelo sectarismo, também poderia, com pouco esforço, ter verificado que arruada já aparece naquele que é considerado o primeiro dicionário de português, o Vocabulario Portuguez e Latino (1712-1721), de Rafael Bluteau:

Alfena. Villa de Alfena, ou S. Vicëte de Alfena, no termo da Cidade do Porto Dizem, que antigamente foi Villa. He arruada, & të Pelourinho.

Claro que esse não é o sentido em que é utilizada nestes dias de campanha. Pois não. Mas no sentido de passear, andar na rua, também não é uma invenção comunista. Por exemplo:

Quereis subir às colônias, e dar um giro a cavalo até a cascata de Itamarati? Ou preferis arruar sem destino, onde vos levar a fantasia?

José de Alencar, ao Correr da Pena, 1874.

1 comentário:

Fernando Torres disse...

Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa de Cãndido de Figueiredo diz que ARRUAR, entre outros sentidos, também significa PASSEAR PELAS RUAS, PASSEAR OSTENTOSAMENTE.
VPV devia inteirar-se primeiro, antes de fazer alguns comentários despropositados.