terça-feira, 4 de novembro de 2008

A Dona Manuela e o desemprego em Cabo Verde e na Ucrânia.











O John McCain tem o Joe Plumber, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite arranjou a Dona Manuela. E para não a acusarem de despesista, faz ela mesma de Dona Manuela.

A Dona Manuela estreou-se na TVI com o não há dinheiro para nada, e reaparece agora em força na entrevista à TSF/DN com o investimento público em Portugal só resolve o problema do desemprego em Cabo Verde e na Ucrânia.

Claro que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite podia explicar à Dona Manuela que o investimento público além de gerar directamente riqueza tem um efeito multiplicador na economia, que cria e/ou mantém emprego e empresas, e por aí adiante que a economista é ela, não sou eu. A líder do PSD podia também lembrar à Dona Manuela a necessidade e as vantagens para os países de imigração, do recurso à mão-de-obra estrangeira. A expansão nos anos 60 e 70, das economias de países como a França, Alemanha, e Reino Unidos não teria sido possível sem o contributo de portugueses, espanhóis, turcos, caribenhos, africanos e tantos outros.

A tirada da Dona Manuela não “roça a xenofobia”, é mesmo xenófoba: porque não é verdade que o investimento público em Portugal só ajuda a reduzir o desemprego para os trabalhadores de Cabo Verde e da Ucrânia; porque, numa altura de dificuldades para tantos de nós, acusa o Governo de ir gastar o dinheiro dos portugueses para benefício de estrangeiros. Desta nem o Paulo Portas se lembrou.

Aguarda-se agora a indignação da Dona Manuela para o novo uso que o Governo está a fazer do dinheiro dos portugueses: 700 milhões para tapar os buracos no BPN provocados pelos cambalachos dos seus colegas de Partido e de Governo; e mais alguns milhares de milhões a disponibilizar aos banqueiros “necessitados”. Afinal sempre há dinheiro para alguma coisa.

1 comentário:

Anónimo disse...

A dona Manuela está cega pela necessidade devotos de uma base de apoio à espera de uma populista xenófaba. Depois, como economista é um desastre e acredita no que diz ou está a ser desonesta, o que eu não quero acreditar.