quinta-feira, 30 de julho de 2009

Para quem está convencido de que a luta de classes é uma coisa de passado.














“Os direitinhas andam muito, muito, assanhados. Com a vitória do Paulinho Ranger como cereja no topo do bolo passou-lhes a vergonha toda. Pelos comentários, muito se borram também de medo que voltem aí os comunas para lhes azucrinar o juízo e lhes façam xixi na piscina. Deve ser uma frustração Pachequiana qualquer.

Explicar a esta senhora e aos seus fãs porque permitir o enriquecimento de uns quantos causa o empobrecimento de outros começa a parecer-se com ter que explicar porque motivo dois mais dois são quatro. Quando estamos no meio de uma crise gerada pela drenagem de riqueza dos mercados para esta ir parar aos bolsos de poucos este tipo de conversa tem tendência a causar urticária. Almeida Garrett já o explicou de forma suficientemente clara há século e meio. Marx também. Até o raio do Henry Ford, um dos maiores capitalistas de todos os tempos percebeu mais depressa do que os outros que se riram dele até lhes ter entrado a crise de 1929 pelo traseiro acima.

Esta gaja resumiu nesta treta de discurso toda a podridão do nosso querido mundo do capital: que se fodam os pobrezinhos, as seguranças sociais, os desempregados e mais o raio que os parta, o que importa é ilusão de poder ser rico. Sim, isso mesmo. Que se dane a democracia e mais o conceito de estado para a maioria e justiça social. O capitalismo atira-nos telemóveis, carros de luxo, spas mais caros que ordenados e a ilusão de que um dia podemos ter glamour a sair-nos pelo nariz como ranho e vendermo-nos como putas a esta canalha: os protegidos a quem nunca chega a crise, os brasonados e outros queques e betos, aos vigaristas e espertalhões que fazem leis e ditam a economia tanto quanto ditam a justiça.

Parece de que precisamos mesmo é de voltar a sentir fominha como há cem anos atrás para que percebamos o que é, afinal, realmente importante. Qualquer tipo de classe média ou abaixo que vote nesta cabra e séquito é BURRO. É BURRO por ser ele a pagar a crise enquanto vê o mercado dos artigos de luxo florescer porque aos ricos nada lhes falta; é BURRO duas vezes porque lhe falta o dinheiro para bens essenciais mas endivida-se para comprar o luxo que o capitalismo lhe atira como vantagens desde que nasceu; é BURRO três vezes por pensar que deixar uns tipos enriquecer mais do que merecem lhe vai trazer, a ele, prosperidade. É um ASNO por hipotecar o seu futuro e o dos filhos por gadgets, lâmpadas fluorescentes debaixo do carro e gajas com tetas de silicone.

A História, pelos vistos, existe para ser esquecida, como a matemática. Sorte é existir a estatística: um gajo como um frango, outro morre de fome mas não faz mal que no mundo civilizado toda a gente tem direito a meio frango.

Acham que a riqueza cai do céu aos trambolhões? Ela tem que vir de algum lado. Para uns terem a mais, outros têm de menos, a grande diferença entre agora e o século XIX vem do facto de a fronteira entre a soberba e a miséria se ter deslocado do interior dos países para fora deles. Pode ser, mesmo assim, que a crise mude esse aspecto, se assim continuar. Nunca se sabe, continuem a aumentar o número de desempregados até na nossa velha Europa e pode ser que os famélicos da terra surjam entre nós outra vez. Como a fome é a maior força de revolta que a História alguma vez conheceu, talvez um dia acordemos com uma à porta que a Globalização vai fazer dos bolcheviques a porra dos meninos do coro de Viena.

Abram os olhitos e vejam bem em quem vão votar. A estes laranjitas caiu-lhes despudoradamente a máscara: até o artista do Sá Carneiro teria vergonha, no seu tempo, de atirar alarvidades destas quando esquerda/direita ainda diziam algo à nossa sociedade e muito gente ainda andava a pão e água à custa do Botas & Companhia. Já agora: recomendo algumas fotografias antigas, é muito engraçado ver o Belmiro e outras múmias já sobejamente conhecidas à mesa do Estado Novo. Talvez isso abra alguns olhitos.

O que mais mete raiva é esta treta de partido “socialista” que se diz ter por cá. Enfiaram o conceito de “cada homem deve receber exactamente o que merece de acordo com a sua responsabilidade, mérito e formação” numa gaveta e agora andam a brincar aos estados sociais. Com políticas de tapa-buraco para idiota ver.

P.S. Até os américas já começaram a perceber. E o que temos nós por cá? Sarkozys, Merkels, Berlusconis, Chernes, um ex-JSD no poder e uma laranjita à espera de o tomar. Se calhar merecemos o que temos.”

Autor: Harpad do Nihlista, copiado do comentário #26 deste post do Blasfémias.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Hoje a minha satisfação comigo próprio passou do dobro para metade.















Exactamente como o défice de que falava hoje o Pinho, no jornal da SIC à hora do almoço.

Só ainda estou para saber o que quer dizer passar do dobro para metade, mas isso deve ser só fazer as contas.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um país moderno, civilizado, e … coiso!
Autarcas, e não só, solidários com Ruas, o do corram os gajos à pedrada.








Não foi ao fim do dia, à mesa duma cervejaria, depois de emborcadas meia dúzia de bejecas.

O conselho de Fernando Ruas aos presidentes da Juntas de Freguesia para se organizarem e correrem à pedrada os vigilantes da natureza foi dado numa Assembleia Municipal da Câmara de Viseu, em que Fernando Ruas intervinha como Presidente da Câmara.

Ontem depois do tribunal o condenar a uma multa de dois mil euros, presidentes de Juntas de Freguesia presentes no julgamento, em sinal de solidariedade com Ruas, dispuseram-se a fazer uma colecta para pagar a multa.

Com o seu profundo silêncio, muitos outros têm também demonstrado a sua solidariedade com este destacado autarca do PSD.

Por exemplo, desde os mais de 300 presidentes de Câmara seus colegas, a quem não incomoda ter Fernando Ruas à frente da Associação Nacional de Municípios, passando pelos responsáveis do partido a que pertence, o PSD deste "portugal de verdade", até ao Presidente da República para quem esta coisa de políticos eleitos incitarem outros autarcas a apedrejarem agentes do Estado, se calhar faz parte do normal funcionamento das instituições democráticas que lhe compete assegurar.

Nota:
Parte do tríptico, pertence ao post Cavaco só aponta o dedo aos miúdos, que é sempre oportuno recordar quando se fala dos silêncios de conveniência de Cavaco Silva.

domingo, 12 de julho de 2009

José Saramago apoia candidatura de António Costa a Lisboa
Para Jerónimo de Sousa não há drama.











Pelo menos os comunistas que ganharam um Nobel, já podem ter posições diferentes das do PCP sem que isso seja drama.

Agora, camarada Jerónimo, é só alargar o princípio a todos os militantes. Vai ver que não dói nada, e que vai fazer muito bem ao PCP.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Mais um que não percebe os contornos
Não medi consequências de ter ido ao jantar de Pinho, diz António Chora dirigente do BE.









Ao lado do ex-ministro Manuel Pinho, António Chora terá dito que
"o ministro fez muito pela indústria do País".

Mais tarde tentando emendar a mão: "Não medi consequências de ter ido ao jantar de Pinho". Já tínhamos percebido que medir consequências não é o forte do Chora nem, ao que parece, a especialidade do BE.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

OqueStrada
Oxalá Te Veja... a meu lado, ao pé de mim



Tenho dores fechadas em caixinhas,
contra mim, contra ti, contra lá,
contra os dias, que passam a meu lado;
tenho dores fechadas em caixinhas,
contra aqui, contra ali, contra cá,
que me dizem estou aqui,
estamos lá

ah diz-me lá,
aaa diz-me aqui,
oxalá, oxalá te veja ao meu lado ao pé de mim,
ao pé de mim..

tenho dores fechadas em caixinhas,
contra mim, contra ti, contra lá
contra os dias que passam a meu lado;
tenho dores fechadas em caixinhas,
contra aqui, contra ali, contra cá,
mas que me dizem estou aqui,
estamos lá..

aaaa diz-me lá, aa
diz-me aqui,
oxalá, oxalá te veja ao meu lado ao pé de mim,
ao pé de mim,
ah oxalá te veja ao meu lado,
ah oxalá te veja bem aqui,
AI OXALÁ TE VEJA AO MEU LADO AO PÉ DE MIM, AO PÉ DE MIM…

Glória à Hermínia, ao Marceneiro e tais fadistas. Glória à ginjinha, ao medronho e à Revista.
Glória, à Herminia, Glória
Glória à Hermínia, ao Marceneiro e tais fadistas. Glória à ginjinha, ao medronho e à Revista.

Contra mim, contra ti, contra lá
Contra aqui, contra ali, contra cá
Contra mim, contra ti, contra lá