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Depois da lenda dos crocodilos gigantes que vivem e se reproduzem nos esgotos de New York City, o meu mito urbano preferido, muito popular nas capital-democracias ocidentais, é o da liberdade da comunicação social e independência dos seus jornalistas, Claro, que ninguém no seu perfeito juízo leva aquelas piedosas intenções muito à letra, mas na lavagem cerebral a que os meios de comunicação de massas nos submetem ad nauseam “as palavras são mais importantes do que qualquer droga, com a vantagem de se poderem administrar massiva e inadvertidamente. Entram-nos pela casa dentro, na hora do descanso, pela voz dos jornalistas e comentadores televisivos. Os sinais da lavagem consistem em usar, nas conversas e fóruns, as frases feitas por eles.”Por isso é sempre saudável um retorno à realidade, como aquele que nos foi proporcionado na audição parlamentar da comissão de ética onde, straight from the horse's mouth, ouvimos Miguel Pais do Amaral afirmar que "quem define o posicionamento editorial (nos meios de comunicação social) é o accionista".Depois de considerar ser impensável que um qualquer jornalista divulgasse factos “que lhe estragassem o negócio”, Pais Amaral explicou que “o accionista não decide quem se deve entrevistar mas decide o posicionamento e o jornalista tem de interpretar. Se não está contente, vai para outro sítio".
Percebeu, ou precisa que o Miguel faça um desenho?
2 comentários:
Está muita boa esta análise.
Independência dos jornalistas?! NEXT.
kisses
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