quarta-feira, 6 de maio de 2009

Audição parlamentar sobre o BPN
Afinal parece que o Conselheiro Loureiro não mentiu, foi só económico com a verdade.







Cavaco Siva tem "o maior respeito".


Nos anos 80 o figurão que na altura desempenhava na vida real as funções que nos habituámos a ver
representadas por Sir Humphrey, na série televisiva "Sim, Senhor Primeiro Ministro", foi apanhado, a propósito do caso Spycatcher, a mentir com quantos dentes tinha.

Sir Robert Armstrong o então Head of the Civil Service, imperturbável e com a proverbial fleuma britânica, ou seja com a maior cara de pau, negou que tivesse mentido, embora admitisse que tinha sido económico com a verdade.

Com menor “savoir faire”, mas igual descaramento, o Conselheiro Loureiro, ontem na segunda ida à comissão parlamentar sobre o BPN, e a propósito das suas declarações iniciais sobre a compra da empresa BI de Porto Rico, com prejuízo de 38 milhões de euros para a SLN, volta-se ele para os deputados e pergunta “Qual era o meu interesse, o que é que eu ganho com isso, em dizer não não me lembro do nome?

Do nome ainda era o menos, o pior foi o Conselheiro Loureiro ter omitido na primeira audição, o que viemos a saber depois por outros depoimentos na Comissão Parlamentar, é que foi ele que iniciou, concluiu, e assinou o negócio da compra da empresa BI de Porto Rico, em relação ao qual se levantam suspeitas de ter sido uma forma de desviar os tais milhões da SLN, sabe-se lá para onde.

O que é que ele ganha em não ter assumido a sua responsabilidade no negócio, não sei. Mas tenho algumas sugestões que aqui deixo à vossa consideração: Para não o considerarem cúmplice das aldrabices que se fariam no BPN, e em que ele participaria? Para não parecer incompetente? Para não passar por vigarista?

Hoje o Publico diz-nos que quando confrontado por João Semedo e Honório Novo com a questão da reputação de El-Assir, participante no negócio, e que surge referenciado num relatório da Administração norte-americana como estando relacionado com o tráfico de armas, o Conselheiro Loureiro assegurou: “Sei que não se dedica ao comércio de armas, porque uma vez surgiu esse problema e eu perguntei-lhe directamente e ele disse que não”.

Só não se percebe para que é que precisamos de polícias, investigações, e tribunais, quando a maneira de esclarecer estas coisas será perguntar directamente aos envolvidos.

Método de que Cavaco Silva, que escolheu Dias Loureiro para o Conselho de Estado, também parece ser adepto quando em Novembro passado comunicou ao País não ter "qualquer razão para duvidar" da palavra do seu Conselheiro, que disse ter-lhe garantido "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade" nas funções empresariais que desempenhou.

Entretanto segundo a Lusa, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, disse hoje que os 19 membros do Conselho de Estado lhe merecem "o maior respeito", escusando-se a fazer qualquer comentário em relação à permanência de Dias Loureiro naquele órgão.

"No Conselho de Estado existem 19 membros que estão sujeitos a um estatuto especial e todos me merecem o maior respeito e eu não faço nenhum comentário em relação a qualquer membro do Conselho de Estado", afirmou o chefe de Estado, quando questionado sobre as recentes declarações de várias personalidades a defender a saída de Dias Loureiro do Conselho de Estado.

Eu, se pertencesse ao Conselho de Estado, não teria gostado nada destas declarações, a meter todos no mesmo saco, nem me agradaria nada ter por lá a companhia do Conselheiro Loureiro, nada mesmo.

3 comentários:

Samuel Filipe disse...

Tá bem visto o título...

Anónimo disse...

Mas que ternurinha que abraço fraterno ou farinha do mesmo saco!

Alien David Sousa disse...

"não mentiu, foi só económico com a verdade. "

LooooooooooooooooooL

Muito bom!

Saudações alienígenas