terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Esta gentinha é perigosa: será que também querem tirar os filhos aos casais homossexuais?






Adoption and Co-parenting of Children by Same-sex Couples: Position Statement

American Psychiatry Association


Felizmente, neste tempo e neste espaço, nem Estado nem Igreja, podem impedir que um casal homossexual, se ame, vá para a cama, viva junto, crie os filhos, e leve uma vida semelhante à de outros casais.


Mas a brigada dos costumes, que insiste em querer mandar na maneira como vivemos as nossa vidas, não dá tréguas. Além de posições que objectivamente encorajam a canalha homofóbica que humilha e agride homossexuais, agora, um dos argumentos que usam contra o casamento homossexual é o de que junto com o casamento, vem a adopção por casais homossexuais. E isso para eles, no superior interesse das crianças, claro, está completamente fora de questão.

E se o casamento homossexual fosse aprovado mas sem o direito à adopção, com o argumento que o exercicio de funções parentais por parte de homossexuais, é incompatível com o superior interesse das crianças?

Como é que ficam os casais homossexuais que já têm filhos (1)? No superior interesse das crianças negam-lhes os direitos e responsabilidades parentais? Vão tirar os filhos aos casais homossexuais, e entregá-los à assistência social? E os que resistirem, são presos e acusados de sequestro?

Esta gentinha, que tenta disfarçar mas lá no fundo é mesmo homofóbica, é perigosa. Sorte a nossa é que são cada vez menos.


(1) Filhos duma anterior relação heterossexual, ou por qualquer outro meio pelo qual é hoje possível ter filhos biológicos. Ou filhos adoptados quando eram solteiros.

2 comentários:

Daniel Santos disse...

assino por baixo este excelente post.

Manolo Heredia disse...

Numa sociedade democrática se, por qualquer razão irónica, passar a haver 3% ou mais de coxos, disseminados por todas os grupos etários e profissões, incluído juristas, políticos, etc, serão certamente aprovadas leis que conferem estatuto de normalidade aos coxos, a pedido deles. Isto é, é-lhes retirado o estatuto de deficientes, com força de lei. Isso não quer dizer que eles não sejam objectivamente deficientes, e não quer dizer que, quando passam na rua as pessoas não digam de si para consigo, vai ali um coxo. E não faltariam jovens a comprar sapatos com diferença de altura num dos saltos para parecerem coxos e mais facilmente poderem aderir ao respectivo lobby.
O programa Prós e Contras de ontem só me fez lembrar a história de “O rei vai nu”.