Há uns anos urbanistas de Seoul que substituíram uma auto-estrada com seis vias, por um parque com 5 milhas de extensão, constataram com alguma surpresa, que o tráfego da cidade tinha melhorado com a supressão daquela importante via de comunicação, em vez de ter piorado como seria de esperar.
Isto vem num artigo da Scientific American(1), que acrescenta ainda que adicionar capacidade extra numa rede viária pode diminuir a capacidade global da rede, o que também vai contra a sabedoria do senso comum.
No artigo defende-se ainda em certos casos a remoção de sinalização luminosa, e que a redução do espaço de estacionamento nas cidades é também um importante contributo para a melhoria do tráfego. Em São Francisco, os novos projectos de construção, não podem ter uma área para estacionamento superior a sete por cento do total da área útil do edifício.
O autor deste post não tem a mínima ideia se isto faz algum sentido, ou se é apenas mais um daqueles artigos sensacionalistas com que periodicamente somos brindados. Mas o estado lastimoso a que chegaram o trânsito e o estacionamento de Lisboa, e de outras cidades do País, devem manter-nos abertos a tudo aquilo que possa ajudar a resolver o problema. Passo a palavra aos urbanistas e especialistas de transportes.
(1) Detours by Design: How closing streets and removing traffic lights speed up urban travel, Scientific American, February 2009.